quinta-feira, abril 10, 2008

Música

Guilherme Arantes é dono de uma voz excêntrica. Seu som ultrapassa os limites do pop. Essa música, "um dia, um adeus", fez parte da minha infância. E deve, na época, ter sido motivo de muita reflexão para os casais enamorados.

Fidel conduziu regime derrotado pela História

William Waack, no Blog do G1.

Não dá para se falar de Fidel como se fosse um morto, ainda que as idéias que ele defende tenham sido sepultadas em quase todas as partes do mundo. O comandante em chefe deixa de comandar mas, conforme escreve, continuará sendo ouvido.

Lembro-me de algumas ocasiões nas quais estive, como jornalista, nas cercanias de Fidel. Uma das mais divertidas foi durante uma conferência de cúpula ibero-americana em Oporto, Portugal. Fidel passava carrancudo pelo bolo dos jornalistas quando foi avisado por nós, repórteres, que o ditador Pinochet acabara de ser confinado à prisão domiciliar enquanto visitava a Inglaterra.

El comandante parou, virou-se para nós com um sorriso maroto e disse: “pero esto, sí, me interesa”. Nem ele disfarçou o motivo: se a moda de mandar prender ditador latinoamericano em viagem pega….

Como enviado especial a Berlim Oriental estava no camarote da imprensa dentro do Palácio do Povo, em outubro de 1989 – o último grande encontro de todos os líderes comunistas amigos da então URSS. Menos de três anos depois, estavam todos fora da foto – menos Fidel.
Sobreviveu ao maior coveiro de regimes socialistas na História recente, o Papa João Paulo II. Em visita ao Vaticano, Fidel não se importou nem um pouco em posar para a célebre pintura do Juízo Final. Sua frase mais famosa foi pronunciada ainda antes de tomar o poder em Cuba: “a História me absolverá”.

Dificilmente Fidel escapará de um julgamento bastante duro. O teste é saber que capacidade o regime cubano terá de sobreviver a quem o criou e conduziu com mão de ferro. Se a História nos ensina qualquer coisa, os exemplos a mão são contundentes. Nenhum dos regimes socialistas (a Coréia do Norte é a exceção) sobreviveu a seus criadores.

Da mesma maneira, nenhum regime socialista “reformou-se” e continuou socialista (a China que o diga). As transições parecem ter sido ditadas a) pelo tipo de sistema que o país da órbita soviética vivia antes de ter sido sovietizado; b) por cultura e religião. A regra é simples, mas ajuda em boa parte a entender os caminhos que foram tomados pelas ex-repúblicas soviéticas na Europa do leste, por exemplo, ou na Ásia Central (ou no Cáucaso).

Fidel conduziu até o ponto de quase ruptura um regime derrotado pela História. Para mim, justificar a repressão a idéias ou opiniões dissidentes com base nos avanços sociais é absolutamente inaceitável. Nossos princípios, especialmente os de direitos humanos, têm de ter aplicação universal. Caso contrário, não são princípios.

Da mesma maneira, é possível entender quais circunstâncias (especialmente a burrice de seguidas administrações americanas) levaram Fidel a percorrer os caminhos de seu socialismo de um homem só. Mas “o embargo”, “as conspirações da CIA” não servem mais, hoje, para tornar simpático um regime interessado apenas na própria sobrevivência.
Sem dúvida Fidel fez História. E foi derrotado por ela.

Sou belemense

Sou belemense. Sei que minha cidade não tem sido bem cuidada, que os políticos que por aqui passaram somente usurparam, e assim sobraram os rastros, muitos rastros, de malversação e corrupção. Mas minha terra brilha, ulula e, mesmo sem a ajuda dos gestores, ela vocifera de beleza. Moro num local mais quente e mais úmido que o normal, com o céu carregado de nuvens, por isso, não espero acabar a chuva pra poder compraz com o dia. Quem nunca se deleitou na rede num lindo dia chuvoso, com aquela umidade boa de uma soneca? com certeza sonhou, ao menos... Nosso sol é dividido em mormaços que refrescam o clima, e no fim, com a pontual chuva da tarde. O pôr-do-sol então, é singular. Sempre coberto de nuvens que fazem o céu parecer um misto de cores avermelhadas e amareladas. Uma bela mixórdia vespertina. (Sugiro a assistir lá do ver-o-peso, ah, leve uma maquina).
Existem coisas que sofrem com o descuido do homem, mas há outras intocáveis, seguras e, principalmente longe, salvo das depredações humanas.

Sou belemense


Sou Belemense. Moro na maior cidade do mundo na linha do Equador, maior metrópole da Amazônia legal, porém, queria que a grandeza deste município fosse muito além do que qualquer geografia. Minha terra já vivenciou momentos de plenitude, com planos de modernidade no século XX, período áureo da borracha, contudo, o que restaram foram o espaço urbano que, particularmente, foi pouquíssimo positivamente alterado, e as poucas arquiteturas e edificações que ainda sobrevivem, apesar do descaso do Poder Público.
Belém tem oficialmente cinco parques urbanos: Parque Ambiental do Utinga, Parque Ecológico do Médice, Parque da Ilha do Mosqueiro, Museu Paraense Emílio Goeldi e Bosque Rodrigues Alves. O Parque do Utinga, por exemplo, mantém os lagos Bolonha e Água Preta, que abastecem mais de um milhão de pessoas com água dos seus mananciais, mas estão cada vez mais ameaçados pela expansão dos bairros e das construções imobiliárias do entorno.
Minha cidade faz parte da maior floresta tropical do mundo. Parte do maior sistema de água doce do planeta, a bacia hidrográfica do Amazonas. Belém é rodeada de água, quase que uma ilha, mas acreditem! Nós daqui, quase não vemos o rio...