quarta-feira, outubro 17, 2007

Cortesã do carnaval



Seu rosto era como orquídea do despudor.
Rara beleza promíscua, veneno sereno,
Que fala aos ouvidos sobre o amor.

Convertida em chamas que se melindram facilmente,
De intenções ocasionais, entendia aquela sensibilidade.
Mostrava o rubro do cativo fazendo-o um livre prisioneiro.
Sussurrava aos seus ouvidos em voz dolorida e plangente,
Dissimulava sinceramente o prazer.

Negra nuvem limpa, que motivava o abatimento moral
Em alentos de pássaros rumo ao sol.
Fazia do desalento o soberbo bafo, que pagava os traços,
Da atriz de rua do carnaval.

5 comentários:

morenocris disse...

Bond Tom.

Eu tenho um livro sobre As Cortesãs do Renascimento, de Lynne Lawner. A tradução é de Mônica Stahel(1994).

Amigo, tem cada soneto...rsrs....acho que impublicáveis !

"I Modi" é nome original desta obra, documento quase único nesse gênero. A reprodução do livro talvez seja um dos pouquísssimos que sobreviveram à repressão violenta e exagerada que esta peça provocou nas primeiras décadas do século XVI.

Beijinhos.

Posso emprestá-lo, se você quiser.

Antonio Carlos Monteiro disse...

Bom dia Cris,

Nao conheço, deve ser muito bom mesmo.

Nome de qual obra? da minha?

Quero emprestado sim.

beijão!

morenocris disse...

Não, a de que trata o livro que eu tenho, Tom.

Beijinhos.

patricia teixeira disse...

Como sempre, ótimo jogo de palavras.

Toninho, ultimamente estou me interessando pelo campo da semiótica. Estou dando muita atenção a análise dos vários tipos de discurso.

E o seu em expecífico me intriga a querer analisar.Porque ao ler, me transporto a imagens.

Copiei teu texto, e vou exercitar a análise gerativa de sentido nele.
Posso?

Beijos.

Antonio Carlos Monteiro disse...

Olá Pat,

Brigado,
ah, buscar sintomas? muito bom.
As palavras fazem isso,buscamos sempre a semântica dele.

Pode sim, fique a vontade.

beijos, volte sempre.