terça-feira, setembro 18, 2007

Exercício lírico de aprendizado


Identifiquei, após dias de farras categóricas, depois de apenar meus erros incansavelmente, e aprender com eles, que precisamos pensar, pensar, e depois operar.
Logrei, depois de internar-me na leitura, que não é preciso poetizar um poema, e nem perfumar uma rosa, ambos são glorificados no espetáculo da arte, da paixão.
Anos atrás, não me imaginava aqui, assim, situação não ruim, mas inesperada e sem previsão. Não sei se estaria melhor de outra forma... Impossível fugir dessa realidade.
No mais, uma coisa é certa, a vida só tem uma porta de entrada, mas várias de saída. E este oceano de solidão, ermo, pelo fato da escolha ser sua, agrega um rascunho de saudades, que, pra mim, funcionam liricamente assim;
Quando uma porta se fecha,
outras se abrem,
parecendo uma nau em deriva,
e este aprendizado intenso se traduz na procura dentro de si,
nas geleiras da terra, ao cavar em solo duro,
até encontrar na dureza,
o mesmo lugar que buscava,
e assim,
não perder a luz no céu.
Pensamos sempre na vida como um conjunto de acontecimentos que fomentam o Querer. E mesmo ao exercitar o máximo, ir nos conformes, como dizem, vêem as vicissitudes e fenecem tudo o que prevemos.
De tudo, importante é medrar absorvendo profundamente essas mudanças que se sucedem, e verificar que o engenho disso, se dá quando notamos que aprendemos um pouco mais.

7 comentários:

Anônimo disse...

Perfeito!

Antonio Carlos Monteiro disse...

Obrigado Luciana,

Fique a vontade por aqui,e volte sempre...

bj.

Anônimo disse...

Insegura por ver-te longe!!!...

Deixo claro aqui que gosto do teu diálogo e das tuas palavras... sempre bem ditas e bem colocadas... sei lá... parecem inatingíveis... te admiro muito (cat)!!!

Anônimo disse...

... Sinceramente, esse texto me deixou pensativa... Assim como muitas conversas q eu costumo ter contigo...

Talvez através dele, pareceu que estavas se despedindo, dizendo q vai embora...
q estranho, por um momento fiquei com medo disso, insegura por ver.

Antonio Carlos Monteiro disse...

Olá Rafa,

Seja muito bem vinda.

Reflito que palavras são sempre inatingíveis, a forma e método de escrever são personalíssimos do ser. Junto a eles, surgem as imaginações, pensamentos, delírios, dilemas, devaneios entre outros, que preenchem todo espetáculo da escrita.

Bom saber que deixei você a pensar, fico feliz em conquistar meu objetivo, ou melhor, objetivo de todos que escrevem. A busca da ponderação.

No entanto, não to me despedindo não, apesar de não fazer tanta falta... He he he.. Mas fico por aqui, e com você, na faculdade. Lembre-se, longe na escrita, mas carne e osso na fomentação. Afinal, seremos agentes fomentadores do justo, não?

Beijos, e obrigado pelos elogios.

Lhe adoro.

morenocris disse...

Olhe, fiz mais ou menos assim, o comentário prometido:

Saudade. Como eu lido com ela. Vou ligar vários posts que falam de mim. Gosto muito de casas. Desde criança. Arquitetura. Às vezes viajo pelo interior só para tirar fotos de casa antigas. Nasci no bairro da Cidade Velha. Então, já viu....azulejos, casas antigas...meu habitat natural!

Como isso entra no comentário? Pois é...uma vez li uma entrevista em um blog português, faz tempo, que o autor entrevistado falava que nós éramos uma grande casa...isso ligou tudo, feito osmose – uma coisa-liga-a-outra. É isso. Somos uma grande casa, com muitos compartimentos. E muitos nem são visitados. Não é o caso do compartimento da saudade. E quando a visitamos? Bem, o meu ritual é assim: quando ela “bate à porta”, trago tudo de uma vez...tudo mesmo...exageradamente! Com uma garrafa de vinho, é claro! É um exorcismo, na verdade...quando estou cheia de tudo...no duplo sentido...retiro-me. Baterias recarregadas.

No próximo ritual, passe direto...vá para o compartimento do quarto...ah! leve a garrafa de vinho... e vá cheio de amor...e saia leve...deixe o vento levá-lo!

Beijos.

É isso, somos uma grande casa!

Você é muito carinhoso com sua família e com seus amigos.

Antonio Carlos Monteiro disse...

Verdade Cris,


Como é bom viver intensamente, sentir saudade de quem nao temos, muito bom, muito bom ter alma.