quinta-feira, setembro 20, 2007

Paixão

Me fez pensar...

Após dias de conversa com um amigo, trocas de e-mails, e um excelente diálogo sobre a ubiqüidade e Constância que é a paixão, definições e devaneios, delírios com uma simples conclusão, buscar a ponderação. Vimos que no ar, no mar, na terra ensina paixão, um arrebatamento repetido, então porque sair do presente que é um anel delicado?

Como num piscar, em sua veemência surgiu a beleza, anéis de cabelos descaídos para as fáceis, e, para ele, tudo começou a fazer sentido na conversa. Em uma simples primeira impressão, um olhar e uma conversa para definir que a vida pode com todas as suas surpresas ser cada dia mais interessante. O passe para o presente e fim da definição de nossa conversa chegara.
Em seu texto, ele desmorona todo pejo existente num ser, vale à pena ler-lo.

Hoje eu decidi ser Clichê!

Depois de tanto tempo vendo aqueles filmes água com açúcar, escutando músicas românticas, poesias soltas em tantos lugares, cheguei hoje a alguns pensamentos, talvez ingênuos, longe da realidade dos outros.
O primeiro deles é que não estamos tão longe da realidade dos filmes. Nossas vidas são como que caprichosamente controladas por um diretor ou escritor, nós meros coadjuvantes ou mesmo figurantes a espera de um roteiro surpreendente e uma trilha sonora não menos ilógica.
Achamos que temos perfeito domínio de tudo. E eis que de fundo ouvimos a chegada da trilha sonora. Algo que por instantes foi imperceptível, mas em uma tradução rápida a canção dizia: “Ela pode ser o rosto que não consigo esquecer... Um traço de prazer ou arrependimento... Pode ser o tesouro ou o preço que tenho que pagar...”
E realmente via na minha frente um sorriso e um olhar que jamais passariam despercebidos onde quer que seja. Ao andar apenas deixava um rastro dos cabelos ficando pra trás e um brilho natural que rodeava tudo em volta.
Engraçado como realmente isso acontece.
Algumas pessoas têm um brilho interno, um imã que te puxam pra perto delas e que vai muito além da beleza que todo mundo vê. E fascina de imediato. Seduz de uma maneira a deixar confuso, um dilema, amarro-me aos mastros, tapo meus ouvidos, e escapo do canto da sereia!? Ou apenas admiro mais e mais e quem sabe me aproximo mais!?
E aí talvez esteja o pensamento mais importante do dia. Por que não me aproximar!?
Por isso hoje decidi ser clichê, ao menos hoje.
Quero encarar como num filme: “-Surreal mais encantador!”
Sem complicar muito, apenas deliciando-me com o canto, sorrindo com a lembrança do brilho nos seus olhos, sofrendo com a insegurança, esperando atentamente o minuto em que a parte da música tocará de novo e ela chegará.
Como é bom ser ingênuo, sonhar docemente e sem grandes pretensões, comer um saquinho de pipoca ao assistir o filme em que um cara normal conhece a melhor coisa que podia acontecer na faculdade...
E aí acabei dormindo, assisti apenas ao inicio, mas já foi suficiente... Dormi feliz, porque sonhei que eu estava lá, disposto a fazer mais que o necessário para fazer o melhor filme... Seja qual for o roteiro!

12 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, foi paixao fulminante entao!

morenocris disse...

I – Encontrei este texto pesquisando o que ser clichê?


21.2.05 – caixinha de fósforos – blog não existe mais !

Meu caro clichê,

Como as despedidas ou a meia noite do dia trinta e um de dezembro, talvez como o amor ou até como fazer um poema apaixonado usando metáforas de flores e rimando amor com dor; já pensou? Clichê assim. E eu vou contar um segredo, guardem bem na memória, que ele é tão absurdo para nós que alguns vão abrir a boca de surpresa e outros vão fazer um gesto com a mão para trás, com descaso e um tantinho de nojo, desacreditando desse segredo, menosprezando-o, mas mesmo assim eu conto, eu conto, veja bem: é bonito ser clichê. Ah, é sim, não faça essa cara. Ser clichê tem uma beleza única. Os meus melhores momentos, esses desprovidos de sentido, são clichês. Sei que agora você me olha desconfiado, com o canto dos olhos, sei que se decepciona um pouco, até porque estou escrevendo de um jeito inteiramente clichê. Mas não ligo. Até porque, digo uma coisa, com toda a certeza que tenho. É clichê achar clichê o clichê. E mais: é clichê não ser clichê. Mais ainda: é clichê se importar com o clichê. Querem mais? É feio, mas é feio pra caralho, falar mal do clichê.
Minha decisão firme de não me importar com o que estou sendo aconteceu verdadeiramente na meia noite clichê do dia trinta e um de dezembro, sim. Quando eu estava na praia com o namorado e via o espetáculo dos fogos de artifício, com um sorriso bobo impregnado no rosto, completamendo desmotivado e talvez exatamente por isso sincero, as ondas batendo mansas e as pessoas vestidas de branco felizes, o mar repleto de flores para Iemanjá, quando olhei para tudo isso e me peguei achando bonito e me emocionando, pronto: mordi a isca. Bem verdade que eu já tinha mordido há tempos, mas naquele momento fatal eu percebi a isca ali, na minha boca, apontei e "olha, uma isca". Me vi clichê, no mais completo clichê, vivendo algo que milhões de pessoas já viveram igual, e então me preparei para a pontada e o nó na garganta e as cortinas fechando e a mágica desfeita. Surpresa: não veio. Esperei, esperei, não veio. E aí deixei pra lá.
O encanto do clichê está simplesmente em viver algo já vivido incontáveis vezes. O sorriso-de-canto-de-lábio que só o clichê proporciona é bonito, e tem um quê de tristeza misturada com alegria. A própria palavra clichê saltita na boca, como princesa de conto de fadas, e nem por isso é feia - por que seria?
O fato é: ele está por todos os lados, à espera. Não há saída. Não há como escapar dele. Então, contanto que não seja sempre e contanto que haja a magia (daquela mesma magia das mãos dadas quando tem amor, lembra?), fugir do clichê é estupidez. Para onde se foge, damos de cara com outro. O melhor é deixar-se um pouco, esquecendo o controle a postura a imagem, e viver. Que, ainda baixinho no ouvido, aqueles que não são clichês são estúpidos. E agora mais baixo, mais baixo, para poucos ouvirem, shhh: a alegria é em si completamente clichê.

II – Fez-me pensar...

Adoro ser clichê! Amo ser uma pessoa comum! Fazer o que todo mundo faz!

Roland Barthes, em seu Fragmentos de um discurso amoroso, talvez explique um pouco a falta que isso faz. Para ele, “o discurso amoroso é hoje em dia de uma extrema solidão. Este discurso talvez seja falado por milhares de pessoas (quem sabe?), mas não é sustentado por ninguém; foi completamente abandonado pelas linguagens circunvizinhas: ou ignorado, depreciado, ironizado por elas, excluído não somente do poder, mas também de seus mecanismos (ciências, conhecimentos, artes)...”.

Nós mulheres, vivemos isso, esse “encantamento”, o que para alguns, é chamado de clichê! Olhe o que Lacan diz: ...o outro designa a especialidade do meu desejo...para que eu encontre a Imagem que, entre mil, convém ao meu desejo...

E quando o desejo é clichê? Quando todos queremos a mesma coisa – amor ! Ah! Como é bom ser clichê ! Como é bom dizer “eu te amo”; fazer sexo com amor; mandar e-mails carinhosos; mensagens pelo celular; ouvir Bach ao lado da pessoa amada; dar um presente(escolhido-a-dedo); programar um jantar especial com o kit-clichê completo; ir ao cinema; telefonar perguntando: eu já te disse hoje que te amo?;...caramba, quanta falta faz um clichê em nossas vidas!

Beijinhos(isso também é um clichê) !

morenocris disse...

O II é meu !

Caramba...meu passeio foi longo neste blog...rsrs

O da saudade vou deixar depois !

Hã?
Cumã?

"Ponderação" ?...rsrs...

Beijinhos!!!!!!!!!!!!!!!!!

Antonio Carlos Monteiro disse...

Talvez, sr(a) anÔNIMO, talvez.

Antonio Carlos Monteiro disse...

Olá Cris, Bom dia!

É clichê mesmo, por conta dessas tendências de criticar tudo, negativar as coisas e nunca se questionar antes, acabamos por viver a tal da ironia socrática, só sei que nada sei... Criticamos, batemos, rimos de coisas que às vezes bastariam um;
caramba, será que eu nunca fiz isso?
Ora, conceitos muito divulgados, quem não os adotam?
Lugar-comum, quem nunca esteve?
Imagens, idéias, quem não admira?

E se formos ver desprendendo-se da avaliação das coisas a partir das nossas, um clichezinho faz muito bem! E como! Quero muito clichê!

Buscastes a ponderação, que bom! Será que isso é clichê também? hã? Reflexão? rsrsrs...


Ah, mas longo foi o meu passeio naquelas bibliotecas, e em alguns links seu como o Toze...
Como é bom viver viajando, desbravando museus, artes, poesias, ponderação, ponderação, ehehe, clichês, clichês, mesmo que seja somente pela aldeia global, nossa sujeição, sem a qual, hoje não poderíamos existir. Salve salve internet.



Beijos clichês!

Anônimo disse...

Por não querer ser clichê deixei de fazer um monte de coisas em minha vida, que hoje me arrependo.
A primeira, que me vem a cabeça foi quando passei no vestibular, na fiz festa e nem sequer deixei que me raspasse a cabeça. Depois, já formado não aceitei fazer colação de grau, anel, beca e nem mesmo fotografia para jornal. festejar aniversário, nem pensar! e outras coisas mais, que dão prazer as pessoas, mas, em mim sempre desprezei porque gostava de ser diferente.

antonio carlos a.monteiro -

Anônimo disse...

Pessoal,

Interessante o quanto rendeu esse assunto... Jamais imaginei com um tema tão cliche alcançar tantas outras tão fantásticas...
Tenho uma certeza... por mais diferene que sejamos ou que queiramos ser... não escapamos de pelo menos um lugar comum... a PAIXÃO... Quero fechar, com uma frase de uma comunidade que estava no orkut da pessoa que me inspirou a escrever o que sentia (aliás que saudade dela... como podemos sentir saudade de alguem que não temos, acho que é a vontade do querer ter)... ela diz assim:
"Não adianta. Aconteça o que acontecer, passe o tempo que for, que venham ventos e tempestades! Se for aquele mesmo o seu grande e verdadeiro amor, e que mereça receber tudo de melhor que você tenha a oferecer, ele será realmente seu. Seja hoje, amanhã, ou daqui alguns anos. Na hora certa e quando você menos esperar, de uma vez por todas, ele será seu!"

morenocris disse...

Fechado não...rsrs...

O objeto do desejo é secundário, como diz uma amiga!...o importante é sentir!

Nem todas as pessoas conhecem esse sentimento!

Beijinhos.

Antonio Carlos Monteiro disse...

Oi paizão! O pai mais ZÃO do mundo!rsrsrs....

Bom, de todas as contrações tuas, defendo-te;
Não foi falta de clichê, e sim, talvez, de dinheiro, desinteresse, que realmente aquilo naquele momento não importava pra você, embora hoje talvez. Entendes?

Em certa ocasião pensamos de uma forma, logo depois, de outra. Pode ser a ponderação que lúcida nossa mente, ou até mesmo mudança de querer, gostar. A mente está aí pra aprender também.

Todavia, nesse mês de outubro, sendo clichê ou não, teremos o melhor dos aniversários, recado de todo esse arrependimento que expões. O necessário é ser alegre, divertido, e de bom coração. O resto é por nossa conta!

Vou dormir um pouco, ou dramin um pouco.rsrsr... bebi demais, cerveja quente, vodca, vodca.

Beijos pai!

morenocris disse...

Ei paizão..rsrs...fica assim não...não se arrependa disso não...são coisas tão pequenas...olhe, você foi pra chuva e fico bem molhado...taí o seu filho, lindo, amável, boa pessoa...valeu, não foi? isso é o que importa!

Que aniversário? rsrs

Beijos.

*cuidado somente com a cerveja "quente"...rsrs.

Beijinhos.

Antonio Carlos Monteiro disse...

Nem me fala Cris,
Tomei uma que parecia mais maniçoba pré-cozida. aff....

beijos beijos

morenocris disse...

rsrs

beijos.