quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Uma luz à Eça...



Seria indescritível definir em tão poucas, José Maria Eça de Queiroz. Em resumo, seus dois pontos estratégicos transferidos foram a sensibilização e a forma humorística de apresentar os fatos. "As Farpas", um folheto mensal que criticava a sociedade portuguesa da época, começou a ser publicada em Portugal em junho de 1871 por Eça de Queiroz, em co-autoria com Ramalho Ortigão. O folheto durou até 1883...
Nesse momento de desordem geral, incrivelmente sucedem os mesmos problemas que Eça criticava nas "Farpas" em Portugal, as mesmas lambanças ao “estado decadente das instituições, poderes públicos e sociedade”. De fato, já foram tantos os adjetivos pra se indignar, tanta crítica política e social que, peço uma luz a ele. E vejam se este trecho não serve como medida para atual situação brasileira.

"O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Não há princípio que não seja desmentido nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas idéias aumenta a cada dia. A ruína econômica cresce, cresce, cresce... A agiotagem explora o juro. A ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O numero das escolas é dramático. A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do país. Não é uma existência; é uma expiação. Diz-se por toda parte: 'o país está perdido!'"


Eça de Queiroz escreveu isso em 1871.

Um comentário:

morenocris disse...

Caramba, você sabia que eu ia colocar isto nesta semana?...rsrs

Beijos.