
quarta-feira, outubro 31, 2007
Sopro escorpião

terça-feira, outubro 30, 2007
Salinas

Acho difícil uma praia oceânica na Amazônia ter tanta beleza quanto às de lá. Pra mim, é uma das mais bonitas do Brasil.
A areia é bem granulosa e branquíssima, suas dunas envolvem a praia, algo que não se vê por aí. O vento de salinas é especial para as práticas de windsurf e kitesurf, alguns dizem que ele só perde para o de jericoacoara.
Durante os meses de Janeiro à Março, as ondas sofrem influência das grandes marés da região, chegando a alcançar 2 metros de altura. O sal é o reduto dos surfistas do estado, e onde são realizados os principais campeonatos de surf. Nos dias de flat pode-se deslizar no sandboard nas enormes dunas existentes na praia, ou no asfalto, praticar o pranchão do longboard nas ladeiras e inclinações abissais.
Para que gosta da pesca, uma grande quantidade de mangues em sua região, transformam suas águas em excelentes pesqueiros.
Lamentável diante de tanta maravilha é o desprezo dos seus gestores, que usam, gozam de salinas e nada fazem para melhorar ali. As ruas estão todas sujas, e a sinalização é péssima. Um local turístico deve ter como base, uma estrutura de recepção muito boa. E lá, o descuido é evidente.
Ocorre que, para os políticos isso pouco importa, pois turistas não votam, e para eles basta agradar a população local... Aquela velha visão deprimente...
Fora esses problemas, o sal é demais... tava demais...
quinta-feira, outubro 25, 2007
Fora racismo!
terça-feira, outubro 23, 2007
Tenho saudade da Belém que não conheci

Banhada pelo rio Guamá, Em seus quase 400 anos de história, Belém vivenciou momentos de plenitude como o período áureo da borracha, no início do século XX, quando o município recebeu inúmeras famílias européias, o que veio a influenciar grandemente a arquitetura de suas edificações.
Antonio Lemos, foi buscar na França, centro irradiador da cultura mundial, os fundamentos para o seu plano de modernização. Paris acabara de passar por uma profunda reforma empreendida pelo urbanista Haussmann, que se cercara de um grupo de colaboradores de alta qualidade.
Walter Pinto Afirma que “O urbanismo de Haussmann caracterizou-se pela criação de uma vasta rede de grandes artérias que cortam indistintamente Paris, por bairros centrais e zonas periféricas. Paralelamente adota-se uma política ativa em matéria de serviços públicos com sistema viário, rede de esgoto, distribuição de água e gás, mercados cobertos, feiras, estações, hospitais, espaços verdes, entre outros elementos".
Alguns dizem que o espaço urbano definido na administração de Lemos, continua inalterado, e que a sua maior contribuição a Belém foi, sem dúvida, a formatação do espaço físico, a planta da cidade, de 1905.
Belém era inspecionada diariamente, seus locais públicos, praças, e bosques. Também sob influência do urbanismo de Haussmann, Antonio Lemos se valeu de um Código de Postura que impunha à população normas para a construção de novos prédios.
Nossas saudosas calçadas foram projetadas com mais de quatro metros, e todas niveladas. Hoje deparamo-nos com uma Belém carente de calçadas, e visivelmente ausente na retomada deste bem público. Fato comum é vermos construções de casas à frente dos postes públicos, quer dizer, ausência básica da gestão, ou talvez desconhecimento da importância desta, que após algum tempo, ficará somente na história.
Vivemos hoje, o que eu chamaria de causa e efeito. Calcadas desniveladas, sem qualquer continuidade, estreitas e muitas vezes ausentes. Como efeito, a população anda no meio da rua, e mais efeito ainda é o numero excessivo de acidentes com pedestres sendo vitimas.
Como causa, temos a cidade suja, fedorenta para quem caminha por ela. E o resultado são esgotos transbordando, ruas alagadas e lixo em toda parte.
A falta de sinalização deixa até quem mora por aqui, enrolado com as vias. Não conheço cidade mais mal sinalizada que esta. O produto disso se dá quando observamos o número grandioso de engarrafamento sem explicações.
Belém está sofrendo hoje, o que meu Sábio Pai chama de um processo de “favelização”. Ruas sujas, Novas construções desprezam a existência de árvores no local, e, além não plantá-las, as existentes são cortadas. A construção de muros excessivos, ora pela insegurança, ora pela privacidade, também contribui ao processo. É comum vermos muro junto a muro, casas em cima de casas, sem qualquer preocupação ao vento e a estrutura da cidade. Na verdade, nada se preocupam com a função social da propriedade. Quintais entram na memória, Muitos dizem, “para que quintal?” sem saber da enorme importância dele...
Olhando do décimo andar de um prédio, consegue-se observar tristemente tudo isso. Casas imensas surgindo coladas a outras, muros de três a quatros metros... E nenhuma árvore, nenhuma preocupação, o egoísmo e falta de cidadania alastra-se pela cidade...
Por essas, tenho saudade da Belém que não conheci...
segunda-feira, outubro 22, 2007
Primeiro degrau
Em busca do mundo
Que sabiam não ser esse lá, foram...
Sem saber aonde ir,
A caminhada foi longa, muito remota,
Ação arriscada, proeza guerreira.
Seus quinhões dependiam desse suor,
Segregado pelas glândulas sudoríparas.
O sofrimento físico e moral,
Faziam questionarem se a cansativa
Procura de saber quem são teria sucesso.
Deram continuidade
As procuras resultantes do instinto,
E nessa alternante busca encontraram todo tipo de adversidades...
Sendo diferentes,
Cada um buscou um caminho só,
Sem saber que ainda sim iriam buscar alguém...
A descoberta de si...
STF deu exemplo

Bom, o conceito de fidelidade partidária foi luzido pelo STF, desestruturando assim, os espertalhões sem ideologia e sem respeito à república.
Quantos deputados, federais, estaduais e vereadores vão voltar atrás em suas infidelidades, em?
Isso pode ser o primeiro passo a uma mudança no sistema político. Pode ser a busca a uma futura cláusula de barreira. A ratificar que os partidos não são motéis de alta rotatividade. E a república merece respeito de quem as utiliza e as representa. Nos ouça Senado!
Coisa mais bonita é você
Assim, justinho você
Eu juro, eu não sei por que
Você
Você é mais bonita que a flor
Quem dera
A primavera da flor
Tivesse todo esse aroma de beleza
Que é o amor
Perfumando a natureza
Numa forma de mulher
Por que tão linda assim não existe
A flor
Nem mesmo a cor não existe
E o amor
Nem mesmo o amor existe
E eu fico um pouco triste
Um pouco sem saber
Se é tão lindo o amor
Que eu tenho por você
Carlos Lyra e Vinícius
"Youth without youth" Novo filme de Coppola

Mostra de Cinema de SP

Mutualismo
sexta-feira, outubro 19, 2007
Feliz Aniversário

quarta-feira, outubro 17, 2007
Cortesã do carnaval

Rara beleza promíscua, veneno sereno,
Que fala aos ouvidos sobre o amor.
Convertida em chamas que se melindram facilmente,
De intenções ocasionais, entendia aquela sensibilidade.
Mostrava o rubro do cativo fazendo-o um livre prisioneiro.
Sussurrava aos seus ouvidos em voz dolorida e plangente,
Dissimulava sinceramente o prazer.
Negra nuvem limpa, que motivava o abatimento moral
Em alentos de pássaros rumo ao sol.
Fazia do desalento o soberbo bafo, que pagava os traços,
Da atriz de rua do carnaval.
terça-feira, outubro 16, 2007
Amor ímpar

O Amor ímpar cresceu assim, recheado de sentimentos e consternações, aquela surpresa que vez por outra é dolorosa, mas que sobrevive do gosto de receber aquela comoção moral.
De tudo, a distância só dará progressão à existência desse amor, amor que será sempre amável... De tudo será atento... E viverá sempre a espera de alguém que complete a sua função de amor...
sábado, outubro 13, 2007
Desculpa esfarrapada e o Círio
quarta-feira, outubro 10, 2007
Um alento de Vinícius
Semana passada estava meio desapontado; telefonei para o Vinícius de Moraes para ver se ele me dava algum ânimo, lá do céu. Peguei o telefone preto e disquei... Ele sempre cortês, me atendeu atenciosamente com a maior benevolência.
- Vinícius... Sou eu, o Toninho...
- Fale meu rapaz... Há muito tempo você não liga, algum problema?
- Ah Poeta, ando muito desiludido com algumas pessoas por aqui e seus modos de ver. Aprendi a viver a extensao do amor, amar sempre, buscando sempre receber impressoes, sentir sensacoes novas, como bem o senhor me ensinou, a enxergar com alma. Ocorre que, alguns seres vivem por maquinar este sentir, sabe, atenuando o sentimento, mantendo-o pra si, forjando sensaçoes... nao se permitindo sentir naturalmente. Amar sem se preocupar, viver a vida intensamente. Liberando desejos... Com a pureza de corpo e alma...
Quando você andava fisicamente por aqui, lembro bem que perguntaram se você estaria com medo da morte, e , placidamente, você respondeu: “Não, meu filho. Eu não estou com medo da morte. Estou é com saudades da vida”.
Penso muito nisso sabe... Por isso queria saber de você, sábio porta-voz da boêmia gente...Será que estou fazendo errado? Estou sendo ingênuo, por sentir naturalmente e sem grandes pretensões?
- Meu filho...Nao se preocupe muito com isso... é normal ter aptidão para sentir...
- Não consigo mestre... Estou consternado com essa humanidade...
- Meu garoto, é normal pensar essas coisas. Faz parte da nossa singularidade. Não se aflija não. Essas pessoas não nos entendem, nao sabem o que é o sentimento estreme...
Nos tempos em que eu estava por aí, era taxado por muitos como mulherengo por sentir e aproveitar o instante, viver em cada vão momento... Quando disse “que seja eterno enquanto dure” muitos nao entenderam a real profundeza de meu soneto, por vanidade essas pessoas são desconhecedoras da liberdade, nao compreendem que o sentir nao pode ser avaliado, é ingênito e muito inato. Tortura-lhes saber que a labareda do amor é finita, como sempre digo, posto que é chama...Contudo, se alguem disser que te ama, acredite, confie! Não importa o que o futuro traga com o passar do tempo... Bom rapaz, o nosso amor é estranho pra eles. Meu amigo camarada Tom, hoje também parceiro aqui em cima, ainda diz que “somos todos entes da escola do perdão”, porque vivemos com a alma livre, errando e aprendendo constantemente, vivemos do louco amor... aquele que toca e fere, e quando fere vibra, mas prefere ferir a fenecer... e vive a esmo.... Eles nao sabem que o sentir é confluência de apetites ubíquos, basta enxergar. Enquanto nós nos agradamos mais da eterna aventura em que persistimos, eles melancolizarão a suas vidas mal-aventuradas...
Nosso coracao se agrada, porque é amado, é fiel a sua lei de cada instante... Desassombrado, doido, delirante... Numa paixão de tudo e de si mesmo...
Voce me compreende?
E entao eu, extático e disléxico, respondi leve e lentamente;
- Sim..
E ele desligou...
Deus o abençoe poeta.

terça-feira, outubro 09, 2007
Música
Bom... no mês de junho deste ano, fui passar algum tempo no Rio de Janeiro, inicialmente fui assistir ao último show do los hermanos na fundição progresso, todavia, continuei a desbravar as belezas cariocas por mais dois meses. Alternava meu tempo com surf, teatro e músicas... Além de vários locais lindos que conheci. Gravei esse vídeo 8h da manhã quando acabara de chegar da pizzaria Guanabara, local de meus melhores encontros. Não canto por estar sem voz, no mais, taí a letra, acompanhe-na. Um grande abraço...
Eu encontrei-a
quando não quis
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pra eu merecer
Antes de um mês
Eu já não sei
E até quem me vê
Lendo jornal
Na fila do pão
Sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá
Que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor
A gente é quem sabe, pequena
Ah vai!
Me diz o que é o sufoco
Que eu te mostro alguém
A fim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia
Eu levo essa casa numa sacola
Eu encontrei-a e quis duvidar
Tanto clichê
Deve não ser
Você me falou
Pra eu não me preocupar
Ter fé e ver coragem no amor
E só de te ver
Eu penso em trocar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar...
Ah vai!
Me diz o que é o sossego
Que eu te mostro alguém
A fim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
Eu sigo essa hora
Pego carona
Pra te acompanhar
Último Romance - Rodrigo Amarantes
Incrível sensação

Em todos os dias de minha vida jamais havia escutado algo assim, nem na cama, palco das maiores mentiras sinceras, nem nas conversas mais apaixonadas e inspiradoras nos tempos de enamorado. Incrível como essas palavras nos tocam, dizem profundamente em si... mais incrível porque você não espera, caem como um balão de afeto estrondeando toda a sua coerência usual.
É como se aquela pessoa revelasse algo que ultrapasse uma ordem de realidades ordinárias, determinada, saca? Algo súbito que te faz aquilatar profundamente se aquela raridade foi feita pra ti, se as palavras ditas foram obra da mais pura sensação do ser humano, o sentimento estreme.
Aquele que nos faz discutir com formosura, encanto... que faz a gente poetizar, extravasar-se manifestando impressões de efeito causado por um estímulo exterior sobre os sentidos... É aquele que nos faz amar mais que fazer amor...
E o mais deleitoso é saber que em tão pouco, com tão pouco você manifestou este sentir naquela pessoa. É como digo, este sentimento nos enleva, escandaliza! Provoca impressão, sensação moral a ponto de fazer repensarmos o sentido afeição. Num sucessivo imprevisto de impressões que se apresentam ao espírito.
Por fim, essa sensação é despretensiosa e natural, sua singularidade é deliciosa, e pode vir de quem você menos espera... Captando seu romance e lhe dando novas glórias... Em suma, é foda!
segunda-feira, outubro 08, 2007
Um viva pra Segunda-feira
O exercício da crônica

Alguns fazem-no de maneira simples e direta, sem caprichar demais no estilo, mas enfeitando-o aqui e ali desses pequenos achados que são a sua marca registrada e constituem um tópico infalível nas conversas do alheio naquela noite. Outros, de modo lento e elaborado, que o leitor deixa para mais tarde como um convite ao sono: a estes se lê como quem mastiga com prazer grandes bolas de chicletes. Outros, ainda, e constituem a maioria, "tacam peito" na máquina e cumprem o dever cotidiano da crônica com uma espécie de desespero, numa atitude ou-vai-ou-racha. Há os eufóricos, cuja prosa procura sempre infundir vida e alegria em seus leitores e há os tristes, que escrevem com o fito exclusivo de desanimar o gentio não só quanto à vida, como quanto à condição humana e às razões de viver. Há também os modestos, que ocultam cuidadosamente a própria personalidade atrás do que dizem e, em contrapartida, os vaidosos, que castigam no pronome na primeira pessoa e colocam-se geralmente como a personagem principal de todas as situações. Como se diz que é preciso um pouco de tudo para fazer um mundo, todos estes "marginais da imprensa", por assim dizer, têm o seu papel a cumprir. Uns afagam vaidades, outros, as espicaçam; este é lido por puro deleite, aquele por puro vício. Mas uma coisa é certa: o público não dispensa a crônica, e o cronista afirma-se cada vez mais como o cafezinho quente seguido de um bom cigarro, que tanto prazer dão depois que se come.
Coloque-se porém o leitor, o ingrato leitor, no papel do cronista. Dias há em que, positivamente, a crônica "não baixa". O cronista levanta-se, senta-se, lava as mãos, levanta-se de novo, chega à janela, dá uma telefonada a um amigo, põe um disco na vitrola, relê crônicas passadas em busca de inspiração - e nada. Ele sabe que o tempo está correndo, que a sua página tem uma hora certa para fechar, que os linotipistas o estão esperando com impaciência, que o diretor do jornal está provavelmente coçando a cabeça e dizendo a seus auxiliares: "É... não há nada a fazer com Fulano..." Aí então é que, se ele é cronista mesmo, ele se pega pela gola e diz: "Vamos, escreve, ó mascarado! Escreve uma crônica sobre esta cadeira que está aí em tua frente! E que ela seja bem-feita e divirta os leitores!" E o negócio sai de qualquer maneira.
O ideal para um cronista é ter sempre uma os duas crônicas adiantadas. Mas eu conheço muito poucos que o façam. Alguns tentam, quando começam, no afã de dar uma boa impressão ao diretor e ao secretário do jornal. Mas se ele é um verdadeiro cronista, um cronista que se preza, ao fim de duas semanas estará gastando a metade do seu ordenado em mandar sua crônica de táxi - e a verdade é que, em sua inocente maldade, tem um certo prazer em imaginar o suspiro de alívio e a correria que ela causa, quando, tal uma filha desaparecida, chega de volta à casa paterna.
sexta-feira, outubro 05, 2007
Simulacro

Que tal se fingíssemos viver em democracia. E se falássemos somente em metáforas. Ou se jogássemos no lixo a cidadania. Melhor, e se fingíssemos combater a tirania, a malversação, o nepotismo. E se fingíssemos punir os vigaristas, os ladravazes, os surrupiadores dos dinheiros públicos, os mensaleiros, sanguessugas, cuequeiros.E se não tivéssemos voz ativa, se aceitássemos essa roda viva. E se amassemos essas grandes mentiras... E se não fosse existência; mas uma expiação...
Em suma, se fizéssemos este simulacro, se brincássemos de Brasil com o Brasil.Talvez entendêssemos este (des) governo, não?
quarta-feira, outubro 03, 2007
Amnésia pós-embriaguez
Então, volto a descansar... espero este recuo passar, contemplo-me de desejos, risos, retrocedo em vários flashs, e ovaciono esse conjunto de coisas necessárias a nossa subsistência...
Na inclinação da alma e do coração...
Conheço o carinho,
Vivo a extensão do amor,
No mais,
Você é importante para mim
Como a liberdade é imprescindível para o ser humano.
Este último pensamento foi uma confluência que fiz acerca do comentário da amiga Cris( blog Morenocris) em post anterior, e que fez meu dia ser muito melhor, me fez muito bem, após ler-la(incrivel como palavras nos tocam). Obrigado pelos elogios e carinho,todos muito forte em mim!!
terça-feira, outubro 02, 2007
Vidas Paralelas

Hoje relembrei desse dia, do tanto que praguejei da raiva que senti em ter que locar aquele filme disparatado... Pareciam um monte de malucos que dormiam e acordavam numa história histérica e sem sentido, avançando e retroagindo cada vez fazendo menos sentido...
Buscando uma analogia com o que vivo hoje, começo a observar que vivo em duas vidas paralelas... Não que eu esteja ficando louco, apenas alguns pensamentos e momentos preponderam sobre outros...
É como se a minha vida normal fosse cortada, em vários momentos, por outra até então desconhecida, mas que viajo tentando decifrar cada espaço ainda escuro...
E assim tem funcionado meus dias, me pego várias vezes com a cabeça longe, esqueço algumas coisas que fiz, outras faço de maneira automática sem pensar ou por instinto...
Alguns pensamentos fixos, um em especial... E esse me remete ainda mais a uma história apenas explicável se eu de fato considerar a existência de um mundo paralelo...
Refiro-me a saudade de alguém a quem apenas tenho acesso ao sorriso e umas poucas dúzias de palavras... Como pode?
Por isso hoje defendo essa vida paralela, acredito nela, tenho certeza que nos meus constantes momentos de branco viajo pra lá... Talvez lá possa conversar e rir exaustivamente de tudo que se passa, possa ser inteiro sem ser censurado, amar e ser amado a mesma e fiel medida...
Talvez lá e por enquanto apenas lá encontre o descanso, a paixão, a tormenta, a tempestade, o temporal, o sol, dunas, mar, sal, rio, doce, amor... Tantas coisas ambíguas, que se completam e se significam... Da mesma forma que faço com minha vida paralela até o momento de ser una.