quarta-feira, outubro 31, 2007

Sopro escorpião


Cada um dos raios da rosa-dos-ventos inclinava caminho naquela raia, cândido de forma estreme, era inato sua impressão. Para as faces, a superfície plana avivava o semblante não provocado, livre vontade, de impulso natural.
Relativo aos mitos que são da sua natureza, plutão o seguia, confluente com o elemento água, muito intuitivo e sensível mais que os outros. Baseava-se em seus sentimentos para decidir suas ações e fazer projetos, não prestava atenção à razão ou à lógica.
As fantasias em todo tempo preciosas, e por isso, as mais belas possíveis, como uma viagem na sua imaginação. É o mergulho do descobrir ideais de vida novos e necessários para conduzi-lo ao crescimento.
Conhecível facilmente por ação clara do espírito, vernáculo era o estímulo exterior sobre a mente e os sentidos. Inclinava-se a receber sensações de substância incorpórea e alento vital.
Regia-se pela disposição sobre si, imprescindibilidade do ser humano. Honesto, corajoso, íntegro, intenso, magnético, profundo, reservado, perspicaz, enigmático e fiel a sua lei de cada instante. Um senso de lealdade invejado pelos mafiosos sicilianos.
Nunca dissimulado, a reserva de hipocrisia é obsoleta. Era o anjo decaído, abatido não por noitadas em excesso, mas por uma lucidez além dos limites. Um faro incomparável para imposturas, o que lhe tornava difícil a vida em sociedade. Produto de uma sensibilidade que chega às raias do insuportável.
Insubsistente era ele, leve como sopro, e, íntimo também como o sopro...

terça-feira, outubro 30, 2007

Salinas

Fazia um tempo, acho que dois meses que eu não ia a Salinas. Confesso que em meus sonhos, o sal tava meio que desprezado. Instantaneamente ao chegar, vi que meu modo de idéia existente era malsinado...
Acho difícil uma praia oceânica na Amazônia ter tanta beleza quanto às de lá. Pra mim, é uma das mais bonitas do Brasil.
A areia é bem granulosa e branquíssima, suas dunas envolvem a praia, algo que não se vê por aí. O vento de salinas é especial para as práticas de windsurf e kitesurf, alguns dizem que ele só perde para o de jericoacoara.
Durante os meses de Janeiro à Março, as ondas sofrem influência das grandes marés da região, chegando a alcançar 2 metros de altura. O sal é o reduto dos surfistas do estado, e onde são realizados os principais campeonatos de surf. Nos dias de flat pode-se deslizar no sandboard nas enormes dunas existentes na praia, ou no asfalto, praticar o pranchão do longboard nas ladeiras e inclinações abissais.
Para que gosta da pesca, uma grande quantidade de mangues em sua região, transformam suas águas em excelentes pesqueiros.
Lamentável diante de tanta maravilha é o desprezo dos seus gestores, que usam, gozam de salinas e nada fazem para melhorar ali. As ruas estão todas sujas, e a sinalização é péssima. Um local turístico deve ter como base, uma estrutura de recepção muito boa. E lá, o descuido é evidente.
Ocorre que, para os políticos isso pouco importa, pois turistas não votam, e para eles basta agradar a população local... Aquela velha visão deprimente...
Fora esses problemas, o sal é demais... tava demais...


quinta-feira, outubro 25, 2007

Fora racismo!


Ontem, tive o desprazer de passar por uma das piores sensações da minha vida, que foi assistir a um ato de racismo. A me ver em tal situação, senti-me extenuado. Contristado. Humilhado. Enojado. Principalmente enojado, por saber que se tratara de uma pessoa bem mais instruída contra um menino sem qualquer privilégio concorrente ao dela. Minha aversão e ódio foram tão grandes que reputei a senhora grosseiramente, e acho que ela merecia mais, muito mais. Não vale nem expor as palavras dela, pois trará mais fúria à tona, sentimento que não deve ser reverenciado por nós...

É inadmissível que esses atos espúrios, de pensar na existência de raças superiores e inferiores ainda sejam praticados. Até quando vamos retroceder?
Uma prática que foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão. O domínio de determinados povos por outros. Os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade. Será que a vida ainda nao mostrou que tais práticas devem ser expurgadas da sociedade?

É comum assistimos a discriminação de repercussão nacional sendo bastante censurada, e de fato deve ser. No entanto esquecemos-nos da dentro de casa, nas escolas e na rua, palco das maiores cenas de racismo. A punição é fundamental nessa hora, a social principalmente, pois ensina a população naturalmente. A discriminação é uma perversão moral, que põe em risco os fundamentos de uma sociedade livre.
No mais, é como afirmam, só existe uma raça, a espécie humana. E aquele que ofende a dignidade de qualquer ser humano, movido por razões de cunho racista, ofende a dignidade de todos e de cada um.

terça-feira, outubro 23, 2007

Será o nome da minha filha



A minha concorde,
Reputo-lhe, antemão,
Uma condição, sem a qual,
Não haverá concisão.

Talvez imposição,
Decerto terá que haver sujeição.
Mas afirmo que é inclinação da alma,
Determinar esse título,
À sucessora de meu aprendiz coração.

Amo-te já minha filha
Antes mesmo de nascer.
Com afeto brando e carinhoso
Reservo-lhe este nome,
Luiza, que será pra sempre,
O meu desejo e sempre o teu desejo.

Rendo graças,
Ao poeta mais sensível do planeta,
Por revelar os sete mil amores,
Que guardarei somente pra lhe dar,
Luiza...

Tenho saudade da Belém que não conheci


Belém é linda. Maior cidade do mundo na linha do Equador. É também a maior Metropole da Amazonia Legal. Mas meu amor por ela é muito maior do que qualquer geografia.
Banhada pelo rio Guamá, Em seus quase 400 anos de história, Belém vivenciou momentos de plenitude como o período áureo da borracha, no início do século XX, quando o município recebeu inúmeras famílias européias, o que veio a influenciar grandemente a arquitetura de suas edificações.
Antonio Lemos, foi buscar na França, centro irradiador da cultura mundial, os fundamentos para o seu plano de modernização. Paris acabara de passar por uma profunda reforma empreendida pelo urbanista Haussmann, que se cercara de um grupo de colaboradores de alta qualidade.
Walter Pinto Afirma que “O urbanismo de Haussmann caracterizou-se pela criação de uma vasta rede de grandes artérias que cortam indistintamente Paris, por bairros centrais e zonas periféricas. Paralelamente adota-se uma política ativa em matéria de serviços públicos com sistema viário, rede de esgoto, distribuição de água e gás, mercados cobertos, feiras, estações, hospitais, espaços verdes, entre outros elementos".
Alguns dizem que o espaço urbano definido na administração de Lemos, continua inalterado, e que a sua maior contribuição a Belém foi, sem dúvida, a formatação do espaço físico, a planta da cidade, de 1905.
Belém era inspecionada diariamente, seus locais públicos, praças, e bosques. Também sob influência do urbanismo de Haussmann, Antonio Lemos se valeu de um Código de Postura que impunha à população normas para a construção de novos prédios.

Nossas saudosas calçadas foram projetadas com mais de quatro metros, e todas niveladas. Hoje deparamo-nos com uma Belém carente de calçadas, e visivelmente ausente na retomada deste bem público. Fato comum é vermos construções de casas à frente dos postes públicos, quer dizer, ausência básica da gestão, ou talvez desconhecimento da importância desta, que após algum tempo, ficará somente na história.
Vivemos hoje, o que eu chamaria de causa e efeito. Calcadas desniveladas, sem qualquer continuidade, estreitas e muitas vezes ausentes. Como efeito, a população anda no meio da rua, e mais efeito ainda é o numero excessivo de acidentes com pedestres sendo vitimas.
Como causa, temos a cidade suja, fedorenta para quem caminha por ela. E o resultado são esgotos transbordando, ruas alagadas e lixo em toda parte.
A falta de sinalização deixa até quem mora por aqui, enrolado com as vias. Não conheço cidade mais mal sinalizada que esta. O produto disso se dá quando observamos o número grandioso de engarrafamento sem explicações.
Belém está sofrendo hoje, o que meu Sábio Pai chama de um processo de “favelização”. Ruas sujas, Novas construções desprezam a existência de árvores no local, e, além não plantá-las, as existentes são cortadas. A construção de muros excessivos, ora pela insegurança, ora pela privacidade, também contribui ao processo. É comum vermos muro junto a muro, casas em cima de casas, sem qualquer preocupação ao vento e a estrutura da cidade. Na verdade, nada se preocupam com a função social da propriedade. Quintais entram na memória, Muitos dizem, “para que quintal?” sem saber da enorme importância dele...
Olhando do décimo andar de um prédio, consegue-se observar tristemente tudo isso. Casas imensas surgindo coladas a outras, muros de três a quatros metros... E nenhuma árvore, nenhuma preocupação, o egoísmo e falta de cidadania alastra-se pela cidade...
Por essas, tenho saudade da Belém que não conheci...
Deixo aqui, de falar sobre a violência, fato inconteste e saudoso ainda mais quando ouvimos nossos pais a falar que andavam por Belém a fora sem qualquer preocupação. Esta merece folha única, e tema próprio.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Primeiro degrau



Em busca do mundo
Que sabiam não ser esse lá, foram...

Sem saber aonde ir,
A caminhada foi longa, muito remota,
Ação arriscada, proeza guerreira.
Seus quinhões dependiam desse suor,
Segregado pelas glândulas sudoríparas.

O sofrimento físico e moral,
Faziam questionarem se a cansativa
Procura de saber quem são teria sucesso.

Deram continuidade
As procuras resultantes do instinto,
E nessa alternante busca encontraram todo tipo de adversidades...

Sendo diferentes,
Cada um buscou um caminho só,
Sem saber que ainda sim iriam buscar alguém...
A descoberta de si...

STF deu exemplo


O supremo federal ouviu a opinião pública. A respeito da fidelidade partidária, os ministros foram profundos, cultos e respeitaram a Constituição plenamente. Vale ressaltar que ela não pode ser uma pedra a evolução histórica do País.
Bom, o conceito de fidelidade partidária foi luzido pelo STF, desestruturando assim, os espertalhões sem ideologia e sem respeito à república.
Quantos deputados, federais, estaduais e vereadores vão voltar atrás em suas infidelidades, em?
Isso pode ser o primeiro passo a uma mudança no sistema político. Pode ser a busca a uma futura cláusula de barreira. A ratificar que os partidos não são motéis de alta rotatividade. E a república merece respeito de quem as utiliza e as representa. Nos ouça Senado!

Coisa mais bonita é você
Assim, justinho você
Eu juro, eu não sei por que
Você
Você é mais bonita que a flor
Quem dera
A primavera da flor
Tivesse todo esse aroma de beleza
Que é o amor
Perfumando a natureza
Numa forma de mulher

Por que tão linda assim não existe
A flor
Nem mesmo a cor não existe
E o amor
Nem mesmo o amor existe
E eu fico um pouco triste
Um pouco sem saber
Se é tão lindo o amor
Que eu tenho por você

Carlos Lyra e Vinícius

"Youth without youth" Novo filme de Coppola


O mais novo filme do grande mestre do cinema Francis Ford Coppola, "Youth without youth", que estreou na Festa do Cinema de Roma, dividiu no domingo (21) o público e a crítica, desconcertados com esta história intimista que trata de velhice e sonhos.

Dez anos depois de seu último filme ("Legítima defesa") e quase três décadas depois de sua obra-prima, "Apocalyose now", Coppola, ganhador de cinco Oscars, apresentou sua última criação no festival de cinema de Roma, mas não disputa o grande prêmio do evento. O filme despertou poucos aplausos, alguns assobios e deixou os espectadores desorientados.

"É um filme que precisa amadurecer, como aconteceu com 'Apocalypse now'", explicou o cineasta veterano, acompanhado pelos protagonistas Tim Roth e Alexandra Maria Lara. "A verdade é que agora, com a velhice, consigo fazer os filmes que queria quando era jovem", admitiu Coppola. Baseado em um romance do filósofo romeno Mircea Eliade, o filme "Youth without youth", é uma viagem por temas como o mito do eterno retorno, passado e história. A trama narra um conflito muito íntimo e pessoal: a velhice e a realização de sonhos em meio ao nazismo e sua relação com a ciência.
Fonte G1

Mostra de Cinema de SP


A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo chega a sua 31ª edição prestigiando um cineasta que, apesar de não ser brasileiro de nascimento, adotou o país como sua terra natal: Hector Babenco. O diretor foi responsável pelo cartaz da mostra deste ano (no qual ele aparece vestindo uma placa de homem-sanduíche) e ganhou espaço para lançar seu inédito “O passado” no evento de abertura, apenas para convidados, nesta quinta-feira (18).

Tanto Babenco como o ator mexicano Gael García Bernal – que protagoniza “O passado” - estarão na cerimônia, a ser realizada no Auditório Ibirapuera. Bernal não é o único convidado internacional da mostra neste ano. Na lista figuram nomes como o diretor israelense Amos Gitai, o francês Claude Lelouch (que será homenageado) e o cineasta chinês Jia Zhang-ke.

A programação deste ano inclui mais de 400 filmes, com alguns destaques esperadíssimos, como os novos longas de David Lynch, Michel Gondry, Gus Van Sant e David Cronenberg. Além disso, no encerramento da festa, em 1º de novembro, haverá a exibição de “Onde os fracos não têm vez”, dos irmãos Coen.
Fonte G1, Saiba mais.

Mutualismo


Que lindo desabrochar,
Sustentáculo, da vida...

Aprumar da existência,
Espirar da ternura,
Formosura da terra.

Faz-nos exalar,
O bolor do vinho,
Volatilizas o engodo
E faz luzir...

sexta-feira, outubro 19, 2007

Feliz Aniversário


Impossível falar de quem sempre tratou, cuidou e proferiu de mim. Que dificuldade terei para falar aqui qualquer coisa sobre ele. Digo qualquer coisa porque tudo que será escrito é postiço para toda sua disposição habitual para prática do bem. Sua qualidade moral é evidente, ulula entre os que conhecem. Quando criança tive a sensação de passar o feliz e breve momento da infância sempre ao seu lado. Trocava meus amigos para estar com ele, e como me fazia bem ser seu parceiro. É o Amigo sempre presente, atento e amoroso, com a alma de joelhos. Ele nunca acusou meus erros e nem sempre aplaudiu os acertos, mas sempre perguntou se houve percepção dos caminhos que levaram o filho a esses fins. Na orientação, não usava base nas próprias experiências, mas demonstrou que em cada experiência existe uma lição a ser aprendida. Nossa quanta dedicação. Afeto profundo e um espírito de sacrifício para satisfazer minha vida. Sempre ao ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia, jamais transferiu aos filhos o que, a alma, lhe corroia.Nem sempre atendeu meus caprichos, mas sempre soube perceber quando existia verdadeira necessidade nos pedidos. Ensinou-me, a saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão. Com ele, aprendi que a tolerância com os demais e exercitar a dura intolerância (mas compreensão) com os próprios erros. E hoje é seu dia, mas que um dia, data ou símbolo. Hoje a claridade que o sol envia a terra é diferente, pois pra mim e pra meus irmãos, meu Pai merece um feliz aniversário excepcional, cheio de afeto e carinho de alma. Meu Pai, meu amigo Pai, mereces hoje, o que tenho mais importante para lhe dar, toda minha admiração e satisfação em ser seu filho. Sinto-me privilegiado da vida. Te amo.Feliz Aniversário!

quarta-feira, outubro 17, 2007

Cortesã do carnaval



Seu rosto era como orquídea do despudor.
Rara beleza promíscua, veneno sereno,
Que fala aos ouvidos sobre o amor.

Convertida em chamas que se melindram facilmente,
De intenções ocasionais, entendia aquela sensibilidade.
Mostrava o rubro do cativo fazendo-o um livre prisioneiro.
Sussurrava aos seus ouvidos em voz dolorida e plangente,
Dissimulava sinceramente o prazer.

Negra nuvem limpa, que motivava o abatimento moral
Em alentos de pássaros rumo ao sol.
Fazia do desalento o soberbo bafo, que pagava os traços,
Da atriz de rua do carnaval.

terça-feira, outubro 16, 2007

Amor ímpar


Eis a dura a sensação da não correspondência a alguém... Sentimo-nos a razão desse misto de descalabro amoroso, um sentimento que ficou ali, submerso, dentro do oceano dos desejos, às vezes pelo acaso, ou vezes por venturas que acarretaram o findo... porém, não foi esquecido... Falei do amor que não acabou, aquele que somente fora adiado, e pode ser aproveitado mais tarde, quem sabe... Um amor que é fiel, fiel a sua lei de cada instante. Aquele afeto que respeita o acaso, e procura eternamente condizer com essa ventura, pois crer que lá, ele será escutado, ouvido.
O Amor ímpar cresceu assim, recheado de sentimentos e consternações, aquela surpresa que vez por outra é dolorosa, mas que sobrevive do gosto de receber aquela comoção moral.
De tudo, a distância só dará progressão à existência desse amor, amor que será sempre amável... De tudo será atento... E viverá sempre a espera de alguém que complete a sua função de amor...

sábado, outubro 13, 2007

Desculpa esfarrapada e o Círio


De tudo que eu falasse aqui, jamais expressaria todo meu sentimento e amor por essa data especial... Por isso, Feliz círio, quer dizer, feliz natal paraense a todos!

quarta-feira, outubro 10, 2007

Um alento de Vinícius


Semana passada estava meio desapontado; telefonei para o Vinícius de Moraes para ver se ele me dava algum ânimo, lá do céu. Peguei o telefone preto e disquei... Ele sempre cortês, me atendeu atenciosamente com a maior benevolência.

- Vinícius... Sou eu, o Toninho...

- Fale meu rapaz... Há muito tempo você não liga, algum problema?

- Ah Poeta, ando muito desiludido com algumas pessoas por aqui e seus modos de ver. Aprendi a viver a extensao do amor, amar sempre, buscando sempre receber impressoes, sentir sensacoes novas, como bem o senhor me ensinou, a enxergar com alma. Ocorre que, alguns seres vivem por maquinar este sentir, sabe, atenuando o sentimento, mantendo-o pra si, forjando sensaçoes... nao se permitindo sentir naturalmente. Amar sem se preocupar, viver a vida intensamente. Liberando desejos... Com a pureza de corpo e alma...
Quando você andava fisicamente por aqui, lembro bem que perguntaram se você estaria com medo da morte, e , placidamente, você respondeu: “Não, meu filho. Eu não estou com medo da morte. Estou é com saudades da vida”.
Penso muito nisso sabe... Por isso queria saber de você, sábio porta-voz da boêmia gente...Será que estou fazendo errado? Estou sendo ingênuo, por sentir naturalmente e sem grandes pretensões?

- Meu filho...Nao se preocupe muito com isso... é normal ter aptidão para sentir...

- Não consigo mestre... Estou consternado com essa humanidade...

- Meu garoto, é normal pensar essas coisas. Faz parte da nossa singularidade. Não se aflija não. Essas pessoas não nos entendem, nao sabem o que é o sentimento estreme...
Nos tempos em que eu estava por aí, era taxado por muitos como mulherengo por sentir e aproveitar o instante, viver em cada vão momento... Quando disse “que seja eterno enquanto dure” muitos nao entenderam a real profundeza de meu soneto, por vanidade essas pessoas são desconhecedoras da liberdade, nao compreendem que o sentir nao pode ser avaliado, é ingênito e muito inato. Tortura-lhes saber que a labareda do amor é finita, como sempre digo, posto que é chama...Contudo, se alguem disser que te ama, acredite, confie! Não importa o que o futuro traga com o passar do tempo... Bom rapaz, o nosso amor é estranho pra eles. Meu amigo camarada Tom, hoje também parceiro aqui em cima, ainda diz que “somos todos entes da escola do perdão”, porque vivemos com a alma livre, errando e aprendendo constantemente, vivemos do louco amor... aquele que toca e fere, e quando fere vibra, mas prefere ferir a fenecer... e vive a esmo.... Eles nao sabem que o sentir é confluência de apetites ubíquos, basta enxergar. Enquanto nós nos agradamos mais da eterna aventura em que persistimos, eles melancolizarão a suas vidas mal-aventuradas...
Nosso coracao se agrada, porque é amado, é fiel a sua lei de cada instante... Desassombrado, doido, delirante... Numa paixão de tudo e de si mesmo...
Voce me compreende?

E entao eu, extático e disléxico, respondi leve e lentamente;

- Sim..

E ele desligou...

Deus o abençoe poeta.

terça-feira, outubro 09, 2007

Música

Bom... no mês de junho deste ano, fui passar algum tempo no Rio de Janeiro, inicialmente fui assistir ao último show do los hermanos na fundição progresso, todavia, continuei a desbravar as belezas cariocas por mais dois meses. Alternava meu tempo com surf, teatro e músicas... Além de vários locais lindos que conheci. Gravei esse vídeo 8h da manhã quando acabara de chegar da pizzaria Guanabara, local de meus melhores encontros. Não canto por estar sem voz, no mais, taí a letra, acompanhe-na. Um grande abraço...


Eu encontrei-a
quando não quis
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pra eu merecer
Antes de um mês
Eu já não sei

E até quem me vê
Lendo jornal
Na fila do pão
Sabe que eu te encontrei

E ninguém dirá
Que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor
A gente é quem sabe, pequena

Ah vai!
Me diz o que é o sufoco
Que eu te mostro alguém
A fim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia
Eu levo essa casa numa sacola

Eu encontrei-a e quis duvidar
Tanto clichê
Deve não ser
Você me falou
Pra eu não me preocupar
Ter fé e ver coragem no amor

E só de te ver
Eu penso em trocar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira

E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar...

Ah vai!
Me diz o que é o sossego
Que eu te mostro alguém
A fim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
Eu sigo essa hora
Pego carona
Pra te acompanhar

Último Romance - Rodrigo Amarantes

Incrível sensação


“a diferença que te faz ser encantador, é que és diferente de todos os encantos"


Em todos os dias de minha vida jamais havia escutado algo assim, nem na cama, palco das maiores mentiras sinceras, nem nas conversas mais apaixonadas e inspiradoras nos tempos de enamorado. Incrível como essas palavras nos tocam, dizem profundamente em si... mais incrível porque você não espera, caem como um balão de afeto estrondeando toda a sua coerência usual.
É como se aquela pessoa revelasse algo que ultrapasse uma ordem de realidades ordinárias, determinada, saca? Algo súbito que te faz aquilatar profundamente se aquela raridade foi feita pra ti, se as palavras ditas foram obra da mais pura sensação do ser humano, o sentimento estreme.
Aquele que nos faz discutir com formosura, encanto... que faz a gente poetizar, extravasar-se manifestando impressões de efeito causado por um estímulo exterior sobre os sentidos... É aquele que nos faz amar mais que fazer amor...
E o mais deleitoso é saber que em tão pouco, com tão pouco você manifestou este sentir naquela pessoa. É como digo, este sentimento nos enleva, escandaliza! Provoca impressão, sensação moral a ponto de fazer repensarmos o sentido afeição. Num sucessivo imprevisto de impressões que se apresentam ao espírito.
Por fim, essa sensação é despretensiosa e natural, sua singularidade é deliciosa, e pode vir de quem você menos espera... Captando seu romance e lhe dando novas glórias... Em suma, é foda!

segunda-feira, outubro 08, 2007

Um viva pra Segunda-feira


Tentei acordar bem tarde hoje, dissimular a obrigação de certos atos próprios referentes a dura realidade do dia, é... A responsabilidade de encarar a segunda feira, dia menos quisto por nós... Diante dessa conformidade de sentimento e anuência unilateral resolvi proceder à tenta de novas opiniões sobre esse dia, digo, falo por mim;Todo meu cansaço corpóreo, fadiga é reservado a esse dia, não podendo assim culpá-lo por ser doloroso em seu restante. Nele, despejamos todos os pensamentos sobre si mesmo, com vista a examinar mais profundamente erros, problemas e todas as cagadas da semana que passara... é, inegavelmente um dia sobrecarregado. Todas as substâncias produzidas pelas glândulas endócrinas foram consumidas intensamente pela semana passada, se foi igual a minha então, nossa! Foram gastos os hormônios que liberam amor, alegria, prazer, afagos, ternuras, carinhos, afeição em geral. E consequentemente para a segunda restaram os sentimentos contrários não consumidos na semana. É duro, mas temos que conviver com eles...Contudo, este Dia deve ser reavaliado, pois apesar de toda sobrecarga, tem seus prós.
Hoje, as faculdades estão cheias, no banheiro das mulheres a conversa dura, e dura... os homens estão todos conversando fora da sala, fumando um cigarro e contado sobre os seus finais de semana... Na repartição, local eterno de todas as fofocas monumentais, os fuxicos rolam soltos, é bedel falando de chefe, patrão falando de empregado, e assim funciona o primeiro dia de trabalho. No maior enredo da semana, fofocas e anedotas a solta!
Segunda, os msn’s estão todos cheios, os contatos todos presentes, ouve-se muitos barulinhos de pedidos de atenção, as conversas são muito mais gostosas, temos novidades de sobra por conta do final de semana intenso. Os orkut’s estão todos novamente atualizados, fotos novíssimas, novas comunidades de acordo com o aprendizado ou identidade que você adquiriu na semana, títulos novos e modo de pensar novo. Vocês já imaginaram o quanto bomba orkut e msn neste dia? Peso! Os fotolog’s todos com fotos novas, contando estórias do dias que antecedem este, quer dizer, segunda acontece, bicho.. Segunda bomba também! Segunda é o dia mais presente de todos! É o dia da alegria, aprazimento e reflexão de como essa vida é boa. Pois apesar de todas as cargas serem guardadas a ele, ainda lhe sobra vigor, energia e intensidade... nossa! que força tem segunda. Não?
Segunda penso pra não fazer igual. Sofro Pra não fazer a qual, Divirto-me com todas as instabilidades da semana, por fim, confirmo, que dia pancada essa segunda...tem de tudo... Hoje segunda ta de parabéns!

carta ao tom 74

O exercício da crônica


Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, acende um cigarro, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado.
Alguns fazem-no de maneira simples e direta, sem caprichar demais no estilo, mas enfeitando-o aqui e ali desses pequenos achados que são a sua marca registrada e constituem um tópico infalível nas conversas do alheio naquela noite. Outros, de modo lento e elaborado, que o leitor deixa para mais tarde como um convite ao sono: a estes se lê como quem mastiga com prazer grandes bolas de chicletes. Outros, ainda, e constituem a maioria, "tacam peito" na máquina e cumprem o dever cotidiano da crônica com uma espécie de desespero, numa atitude ou-vai-ou-racha. Há os eufóricos, cuja prosa procura sempre infundir vida e alegria em seus leitores e há os tristes, que escrevem com o fito exclusivo de desanimar o gentio não só quanto à vida, como quanto à condição humana e às razões de viver. Há também os modestos, que ocultam cuidadosamente a própria personalidade atrás do que dizem e, em contrapartida, os vaidosos, que castigam no pronome na primeira pessoa e colocam-se geralmente como a personagem principal de todas as situações. Como se diz que é preciso um pouco de tudo para fazer um mundo, todos estes "marginais da imprensa", por assim dizer, têm o seu papel a cumprir. Uns afagam vaidades, outros, as espicaçam; este é lido por puro deleite, aquele por puro vício. Mas uma coisa é certa: o público não dispensa a crônica, e o cronista afirma-se cada vez mais como o cafezinho quente seguido de um bom cigarro, que tanto prazer dão depois que se come.
Coloque-se porém o leitor, o ingrato leitor, no papel do cronista. Dias há em que, positivamente, a crônica "não baixa". O cronista levanta-se, senta-se, lava as mãos, levanta-se de novo, chega à janela, dá uma telefonada a um amigo, põe um disco na vitrola, relê crônicas passadas em busca de inspiração - e nada. Ele sabe que o tempo está correndo, que a sua página tem uma hora certa para fechar, que os linotipistas o estão esperando com impaciência, que o diretor do jornal está provavelmente coçando a cabeça e dizendo a seus auxiliares: "É... não há nada a fazer com Fulano..." Aí então é que, se ele é cronista mesmo, ele se pega pela gola e diz: "Vamos, escreve, ó mascarado! Escreve uma crônica sobre esta cadeira que está aí em tua frente! E que ela seja bem-feita e divirta os leitores!" E o negócio sai de qualquer maneira.
O ideal para um cronista é ter sempre uma os duas crônicas adiantadas. Mas eu conheço muito poucos que o façam. Alguns tentam, quando começam, no afã de dar uma boa impressão ao diretor e ao secretário do jornal. Mas se ele é um verdadeiro cronista, um cronista que se preza, ao fim de duas semanas estará gastando a metade do seu ordenado em mandar sua crônica de táxi - e a verdade é que, em sua inocente maldade, tem um certo prazer em imaginar o suspiro de alívio e a correria que ela causa, quando, tal uma filha desaparecida, chega de volta à casa paterna.
Vinícius de Moraes

sexta-feira, outubro 05, 2007

Simulacro

Meus amigos,

Tenho uma sugestão. Que tal se todos nós brincássemos de governar, de legislar, de formar Estados às três porradas (Leia-se sobre a Sarneylandia), de combater a corrupção com balas de paintball, se tirássemos par ou impar entre a dignidade e a vingança privada. Se gastássemos todo dinheiro do contribuinte em campanha e em programas de cabresto(assistencialismo). E se formássemos Ministérios de acordo com... Que quiséssemos.
Que tal se fingíssemos viver em democracia. E se falássemos somente em metáforas. Ou se jogássemos no lixo a cidadania. Melhor, e se fingíssemos combater a tirania, a malversação, o nepotismo. E se fingíssemos punir os vigaristas, os ladravazes, os surrupiadores dos dinheiros públicos, os mensaleiros, sanguessugas, cuequeiros.E se não tivéssemos voz ativa, se aceitássemos essa roda viva. E se amassemos essas grandes mentiras... E se não fosse existência; mas uma expiação...
Em suma, se fizéssemos este simulacro, se brincássemos de Brasil com o Brasil.Talvez entendêssemos este (des) governo, não?

quarta-feira, outubro 03, 2007

Amnésia pós-embriaguez


Acordei tarde hoje... Tal de cansaço motivado por uma noite de ebriedade, impossível fugir dessa dura realidade de regresso ao estado inicial, ou normal, sei lá como chamar... é como fluxo e refluxo, saca? uma enfadeis terrível... A começar pela noite de vexação deslembrada pela dura amnésia do dia seguinte, essa perda de memória que esconde da gente momentos, lances, instantes do que aconteceu na noite de ébrio... Entretanto, não se tornam efêmeras, pois o principal não é esquecido.
Muito singular essa amnésia pós-álcool, faz-nos esquecer de alguns lances, mas do geral e do ápice da noitada não. E como se pairassem instantes de realidade e fantasias. Um devaneio que tem qualidade real, um sonho que existiu de fato. Logo me vem na memória uma frase do cazuza que a amnésia pós-embriaguez não tirou, e que diz muito forte em mim;
“Tanto quero o pão quanto o vinho, a realidade e a fantasia... É isso que nos mantêm vivos..."
Então, volto a descansar... espero este recuo passar, contemplo-me de desejos, risos, retrocedo em vários flashs, e ovaciono esse conjunto de coisas necessárias a nossa subsistência...
Viver a afeicao que nos impele para o objeto de nossos desejos, afagos, ternuras, carícias, com a faculdade de dispor de si, fazer por seu livre arbítrio... Ser livre!

Na inclinação da alma e do coração...
Conheço o carinho,
Vivo a extensão do amor,
No mais,
Você é importante para mim
Como a liberdade é imprescindível para o ser humano.

Este último pensamento foi uma confluência que fiz acerca do comentário da amiga Cris( blog Morenocris) em post anterior, e que fez meu dia ser muito melhor, me fez muito bem, após ler-la(incrivel como palavras nos tocam). Obrigado pelos elogios e carinho,todos muito forte em mim!!

terça-feira, outubro 02, 2007

Vidas Paralelas


Nos idos de outros tempos, tive que assistir a um filme, para fazer um trabalho de uma matéria que não suportava... Fala de inconsciente... Assuntos tratados pelo velho Freud... E fiz por fazer, como alguém que cumpre uma obrigação e só...
Hoje relembrei desse dia, do tanto que praguejei da raiva que senti em ter que locar aquele filme disparatado... Pareciam um monte de malucos que dormiam e acordavam numa história histérica e sem sentido, avançando e retroagindo cada vez fazendo menos sentido...
Buscando uma analogia com o que vivo hoje, começo a observar que vivo em duas vidas paralelas... Não que eu esteja ficando louco, apenas alguns pensamentos e momentos preponderam sobre outros...
É como se a minha vida normal fosse cortada, em vários momentos, por outra até então desconhecida, mas que viajo tentando decifrar cada espaço ainda escuro...
E assim tem funcionado meus dias, me pego várias vezes com a cabeça longe, esqueço algumas coisas que fiz, outras faço de maneira automática sem pensar ou por instinto...
Alguns pensamentos fixos, um em especial... E esse me remete ainda mais a uma história apenas explicável se eu de fato considerar a existência de um mundo paralelo...
Refiro-me a saudade de alguém a quem apenas tenho acesso ao sorriso e umas poucas dúzias de palavras... Como pode?
Por isso hoje defendo essa vida paralela, acredito nela, tenho certeza que nos meus constantes momentos de branco viajo pra lá... Talvez lá possa conversar e rir exaustivamente de tudo que se passa, possa ser inteiro sem ser censurado, amar e ser amado a mesma e fiel medida...
Talvez lá e por enquanto apenas lá encontre o descanso, a paixão, a tormenta, a tempestade, o temporal, o sol, dunas, mar, sal, rio, doce, amor... Tantas coisas ambíguas, que se completam e se significam... Da mesma forma que faço com minha vida paralela até o momento de ser una.